No mês de abril, dedicado a conscientização do Autismo, destaco um tema relevante que é a condição do Autismo em adultos. Pouco falado, mas cada vez mais buscado nas clínicas, o diagnóstico do TEA no adulto requer um olhar atento do profissional, além de testes que podem rastrear, auxiliando no processo investigativo.
Muitas vezes os adultos com autismo são caracterizados como indivíduos tímidos, com poucas habilidades sociais e de comunicação, porém muitos deles conseguem viver normalmente, executando suas tarefas diárias, trabalhando, estudando, formando família. Na verdade, o adulto vai se “encaixando”, mas não é fácil para ele manter uma interação social, por exemplo.
Diante desse impasse, de ser ou não algo natural, sendo apenas um traço de personalidade, de se tratar apenas de alguém mais tímido, o diagnóstico pode fica cada vez mais distante, mas a grande diferença é que atualmente, diante de tantas informações e conhecimento está mais fácil chegar ao diagnóstico. O primeiro passo é perceber o quanto essa “Inabilidade social” interfere na vida do adulto, podendo prejudicar o trabalho, o estudo, os relacionamentos e o quanto isso pode gerar incomodo ou sensação de não pertencimento. Nesse sentido, é importante buscar ajuda de um profissional para orientações e esclarecimentos.
Outras características que podem ser mais comuns são:
- Falta de percepção do outro, dificuldade por exemplo em se colocar no lugar do próximo;
- Entender contextos de forma geral;
- Falta de compreensão em palavras no sentido figurado ou piadas; normalmente entende tudo ao pé da letra;
- Ingenuidade excessiva;
- Dificuldades em manter relacionamentos;
- Falta de compreensão de pistas sociais;
- Hiperfoco em determinados assuntos;
- Interesses restritos;
- Sensibilidade com sons ou texturas;
- Obsessão por seguir regras e normas.
Como descobrir o autismo no Adulto?
Através da busca por um profissional capacitado: Neuropsicopedagogos, Neuropsicólogos, Psiquiatras, Neurologistas são alguns dos profissionais que podem ajudar no processo diagnóstico.
Na Neuropsicopedagogia, por exemplo, são realizados testes com o adulto e muitas vezes com a família ou cônjuge ou amigos do paciente para uma melhor compreensão acerca da queixa.
Além disso a observação clínica do profissional é muito importante, por isso busque sempre o auxílio de um profissional capacitado com conhecimento em TEA.
Costumo dizer que a avaliação não é o Fim e sim o inicio de um caminho libertador, de conhecimento e compreensão acerca de si mesmo para uma vida melhor.
Meu nome é Daniella Fabiana Pereira, pedagoga com atuação de 15 anos em educação infantil e fundamental. Neuropsicopedagoga clínica e institucional pela fundação dos Guararapes, especialista em ensino estruturado pelo método Teacch e graduanda em Psicanálise.
Instagram: @daniellafabi_npp